Metamorfoses - Ovídio

2025, 18 de Julho

Nada permanece na forma (...)

Muitas pessoas têm medo de ler obras clássicas e o receio parece ser maior quando se trata daquelas escritas no periodo Clássico da História. Piora ainda mais quando isso envolve entrar em contato com uma narrativa em versos, que também é considerada difícil ou confusa para a maioria dos leitores. Mas encarar uma narrativa muitas vezes taxada de difícil ou rebuscada pode gerar recompensas pelo esforço, e foi exatamente assim que eu me senti lendo Metamorfoses.

Logo no início somos bombardeados por notas de rodapé. São muitas e são extensas, mas se serve de consolo, elas vão diminuir de frequência e tamanho conforme você avança no livro e aquela narrativa arrastada e interrompida por essas notas vai fluir bem melhor. Pra quem já leu Contos Inacabados as interrupções aqui vão parecer mais um dia normal de leitura.

A narrativa segue uma ordem cronológica que me remeteu imediatamente a O Silmarillion. (Tá bom, parei de falar sobre Tolkien). Começa com a criação do mundo, segue pela era dos deuses, as várias gerações de heróis e finaliza na época contemporânea do autor. Ao longo dessa linha temporal vamos passando por diversas transformações, algumas bem conhecidas como a de Narciso após se apaixonar pelo próprio reflexo e Perseu transformando seus inimigos em pedra com a cabeça da Medusa. Outras,